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Projeto de usina em praia pode derrubar a internet no Brasil; empresa afirma que não há risco
O atual projeto da usina de dessalinização na Praia do Futuro, em Fortaleza, “não apresenta nenhum risco ao funcionamento dos cabos submarinos” que conectam o Brasil à Europa e fornecem internet para todo o país, de acordo com a Cagece, a empresa estatal de abastecimento de água do Ceará.
O governo do estado defende a obra da usina, que vai converter água do mar em potável e aumentar o abastecimento da capital cearense. Já as empresas telefônicas temem que a estrutura da usina cause o rompimento de cabos submarinos que fornecem internet.
A Cagece explicou que, após os alertas das empresas de telefonia, realizou alterações no projeto, que custaram entre R$ 35 a 40 milhões, para garantir a segurança do cabeamento internacional.
O diretor-presidente da companhia, Neuri Freitas, afirmou que com as mudanças, a distância entre cabos e outras infraestruturas foi ampliada de 40 para 500 metros, contornando a área do projeto da usina que poderia danificar os cabos, de modo a evitar riscos.
“A nosso ver, isso está totalmente resolvido, não vamos trazer nenhum risco, buscamos a conciliação. A gente acha que não há esse risco já que no continente todos os cabos cruzam com alguma estrutura, como rede de gás, de energia e diversas outras estruturas”, afirmou Neuri.
Fortaleza é ponto de conexão da internet do Brasil com o mundo
Fortaleza é a cidade brasileira que recebe cabos de fibra ótica que garantem uma conexão rápida à internet diretamente da Europa. A partir da capital cearense, os cabos são estendidos até Rio de Janeiro e São Paulo. O motivo é a maior proximidade da capital cearense com a Europa, cerca de seis mil quilômetros.
Conforme a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), esses cabos que passam por Fortaleza são responsáveis por 99% do tráfego de dados do país.
“O Ceará, em especial a cidade de Fortaleza, é que garante a interconexão do Brasil com o resto do mundo”, afirmou o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, na última quarta-feira (27).
Se os cabos forem rompidos, conforme Anatel, o país inteiro fica off-line ou com a internet bastante lenta.
Para evitar o risco, a Anatel emitiu uma recomendação contrária à instalação do projeto da usina de dessalinização.
A medida parou o andamento do projeto. Por causa disso, a estimativa agora é que a entrega da usina atrase em pelo menos seis meses. A previsão inicial era de que a usina iniciaria as operações em 2025.
Edital de R$ 3,2 bilhões
A iniciativa da construção da usina de dessalinização é liderada pela Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece). Conforme o projeto, a usina deve ampliar em 12% a oferta de água na Grande Fortaleza.
O edital para a realização do projeto foi vencido pelo Consórcio Águas de Fortaleza, e o investimento previsto é da ordem de R$ 3,2 bilhões.
É possível existir a usina sem acabar com a internet do país?
Em nota, a Cagece afirmou que fez alterações no projeto que custaram “na ordem de R$ 35 a 40 milhões”.
Segundo a empresa, conforme o projeto está sendo elaborado atualmente, a usina “não apresenta nenhum risco ao funcionamento dos cabos submarinos localizados na Praia do Futuro”.
Com as novas medidas, a Cagece espera que a Anatel revise a medida que travou o andamento do projeto.
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