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Psicólogo explica o impacto das feridas psicoemocionais nos relacionamentos interpessoais
Edilson Barros de Macedo | Psicólogo
François de la Rochefoucauld disse uma vez que “Quando não conseguimos encontrar tranquilidade dentro de nós mesmos, de nada serve procurá-la noutro lugar.” De fato, conforme tem provado a psicologia e outras ciências, só doamos ao outro aquilo que temos. Portanto, se o nosso tecido emocional e estrutura psicológica se encontram permeados por conflitos e lixo psicoemocional, não tenha dúvida de que isto vai refletir em nossa dinâmica interativa com o outro, ou seja, em nossos relacionamentos interpessoais.
Ocorre que, nem sempre estamos atentos às questões psicológicas que permeiam nossas relações e, não raramente, utilizando-se de uma cegueira emocional, dificuldade de promover empatia e vivenciar a escuta ativa, exigimos daqueles que nos circundam comportamentos e interações, “momentaneamente”, incoerentes com sua condição psicológica. Desta forma, não compreendemos, à luz de uma perturbação psíquica advinda de uma experiência traumática não ressignificada, quando estes nos causam desarmonia emocional, desequilibram relações e têm comportamentos nutridos de muito rancor e perversidade.
Como explicar nossa insensibilidade para com o sofrimento alheio? Muitos poderão dizer que isso tem relação com os tempos modernos, fase onde a disponibilidade socioafetiva para si e para o outro, “para muitos”, já não é mais uma vivência constante. Entretanto, uma outra explicação de cunho psicológico nos leva a refletir sobre a possibilidade da existência de feridas emocionais que nos colocam em situação de vulnerabilidade psicossocial, impedindo-nos de acolher as dores psicoemocionais do outro.
O fato é que a dinâmica das relações humanas é constantemente permeada por diversos fatores de caráter psicológico. Portanto, um comportamento que desagrada, desafia, machuca emocionalmente e patologiza a relação, não necessariamente é dotado de uma intencionalidade consciente por parte do sujeito praticante. Na verdade, pode ser que por trás de toda essa dinâmica patológica exista apenas um sujeito que, diante de uma condição insuportável de sofrimento psíquico, desencadeado por diversas experiências traumáticas, sobretudo, aquelas ligadas a abusos vivenciados em tenra idade, esteja apenas pedindo socorro, ou se utilizando de mecanismos de defesa para enfrentar seu a dia a dia.
Antes de julgar, romper vínculos e descartá-lo, questione-se da possibilidade de que o sujeito poderá não está vivendo um bom momento. Para tanto, esteja bem e livre das sequelas advindas de suas feridas psicoemocionais.
Edilson Barros de Macedo – Psicólogo Organizacional e do Trabalho – Universidade Federal do Tocantins e Professor na Faculdade Católica Dom Orione. Especialista em Gerontologia (UFT), Especialista em Gestão Pública e Sociedade (UFT), Especialista em Criminologia (ESMAT/TO) e Mestre em Ciências da Saúde (UFT).
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