A postura da França no apoio à Ucrânia está cada vez mais firme. Em entrevista recente à BBC, o ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Noel Barrot, declarou que não há “linhas vermelhas” no suporte a Kiev e admitiu que as forças ucranianas podem utilizar armas francesas contra a Rússia, dentro do contexto de autodefesa. Essa posição reforça o comprometimento de Paris em sustentar a resistência ucraniana frente à invasão russa, que já se estende desde fevereiro de 2022.
Por que a França rejeita “linhas vermelhas”?
O ministro Barrot enfatizou que as restrições no apoio militar podem enfraquecer a defesa ucraniana e, consequentemente, a segurança europeia. Ele afirmou:
“Apoiaremos a Ucrânia tão intensamente e durante o tempo que for necessário. Por quê? Porque é a nossa segurança que está em jogo.”
Essa visão é compartilhada por outros líderes ocidentais, como os Estados Unidos e o Reino Unido, que recentemente autorizaram o uso de mísseis ATACMS e Storm Shadows em território russo, como nas regiões de Bryansk e Kursk. No caso da França, os mísseis Scalp foram enviados, embora detalhes sobre sua utilização ainda não tenham sido divulgados.
O impacto na segurança europeia
A decisão de não impor “linhas vermelhas” reflete a percepção de que a guerra na Ucrânia não é apenas um conflito isolado, mas uma ameaça direta à estabilidade da Europa. Segundo Barrot, cada avanço do exército russo representa um perigo proporcional à proximidade geográfica.
Essa abordagem é estratégica, pois busca reforçar a posição da Ucrânia em possíveis negociações futuras, além de mostrar solidariedade entre os aliados da OTAN.
A posição da Rússia e a escalada do conflito
Enquanto a França e outros países ocidentais intensificam o apoio a Kiev, a Rússia reage com demonstrações de força. Na última semana, o presidente Vladimir Putin ordenou o lançamento de um míssil balístico hipersônico na região de Dnipro, em resposta ao uso de armas ocidentais pela Ucrânia.
Putin alertou que o uso desse armamento está transformando o conflito em uma guerra global, e sugeriu retaliações contra países que apoiam a Ucrânia. Em contrapartida, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu uma resposta internacional imediata, destacando o aumento da brutalidade no conflito.
Adesão da Ucrânia à OTAN: um passo estratégico?
Outra questão em pauta é o convite da Ucrânia para integrar a OTAN, algo que Barrot indicou estar sendo discutido com outros aliados. A adesão seria um movimento crucial, tanto para a segurança de Kiev quanto para fortalecer a defesa coletiva da Europa contra ameaças futuras.
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