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Queda histórica na popularidade de Lula preocupa governo e desafia perspectivas para 2026
A recente pesquisa do instituto Quaest revelou uma mudança significativa na avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Pela primeira vez desde o início de seu mandato, a taxa de reprovação supera a aprovação, gerando inquietação tanto no Palácio do Planalto quanto entre os aliados do governo.
Resultados da pesquisa apontam declínio no apoio
Segundo levantamento realizado entre 23 e 26 de janeiro, a aprovação do presidente caiu de 52% para 47%, enquanto os índices de reprovação aumentaram de 47% para 49%. O impacto é mais evidente no Nordeste, onde a avaliação positiva despencou de 67% para 60%. Essa região, historicamente decisiva para a vitória eleitoral — com Lula alcançando 69,3% dos votos e uma margem de 12,5 milhões a mais que Jair Bolsonaro em 2022 —, agora apresenta sinais de desgaste que podem afetar os cenários políticos futuros.
Impacto econômico e aumento dos impostos
Entre os fatores que influenciam o declínio da popularidade, a queda na capacidade de consumo da população tem sido determinante. O aumento da inflação, especialmente dos alimentos, somado à elevação dos impostos, como a conhecida “taxa das blusinhas” sobre importações online, tem pressionado o bolso dos brasileiros. Pequenos comerciantes, trabalhadores informais e profissionais liberais — todos fortemente presentes no Nordeste — sentem o impacto direto dessas medidas, que agravam o sentimento de insatisfação e desconfiança em relação à gestão atual.
Polêmica em torno do pix e a estratégia de comunicação do governo
Outra questão que vem pesando na imagem do governo é a controvérsia envolvendo o Pix. Em janeiro, a ampliação do monitoramento de transações por meio do Pix e cartão de crédito, com o objetivo de combater ilícitos, foi mal interpretada pela população. A circulação de informações falsas sobre a possível taxação do meio de pagamento agravou a insatisfação, especialmente entre os trabalhadores informais.
Em resposta, a administração adotou uma nova estratégia de comunicação. Com a entrada de Sidônio Palmeira na Secretaria de Comunicação Social e a criação de conteúdos mais descontraídos, o governo tenta reconquistar a confiança do eleitorado. Um exemplo foi o vídeo em que o presidente aparece usando um boné azul com a mensagem “o Brasil é dos brasileiros”, uma tentativa de contraste com a retórica dos bolsonaristas, que utilizam bonés com slogans como “comida barata novamente, bolsonaro 2026”.
Desafios para o governo e perspectivas para as próximas eleições
A queda histórica na aprovação de Lula, especialmente em um dos seus maiores redutos eleitorais, evidencia desafios que vão além de medidas econômicas. A dificuldade em manter a confiança dos eleitores, combinada com a pressão de reajustar políticas e comunicar resultados de forma clara, coloca o governo em uma posição delicada de cara para as disputas futuras. Analistas apontam que, embora a memória dos primeiros mandatos ainda seja um trunfo, a incapacidade de repetir os avanços sociais e econômicos de outrora pode comprometer a base de apoio tradicional.
Com a perspectiva de um possível novo voto em 2026, o governo precisa rever estratégias e intensificar investimentos, especialmente no Nordeste, para atender às expectativas da população. Se não houver respostas eficazes aos desafios econômicos e comunicacionais, a queda na popularidade poderá se consolidar, impactando diretamente os rumos da política nacional.
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