Notícias do Tocantins – O caminhoneiro Jefferson Alves Vera, de 25 anos, passou a responder como réu por homicídio culposo após a Justiça aceitar denúncia do Ministério Público do Tocantins (MPTO) sobre o acidente que matou seis pessoas na TO-130, entre Barra do Ouro e Goiatins, no norte do estado. A decisão, proferida pela 1ª Escrivania Criminal de Goiatins, ocorre mais de três anos após a tragédia.
O caso aconteceu em 24 de fevereiro de 2022 e abalou Campos Lindos, cidade de origem de todas as vítimas. Elas viajavam para Araguaína para tratamento de saúde quando o Fiat Uno da Secretaria Municipal de Saúde foi atingido de frente por um caminhão prancha conduzido por Jefferson.
De acordo com a denúncia, laudos da Polícia Científica apontam que o caminhão trafegava em alta velocidade e na contramão no momento da colisão. As análises descartaram hipóteses como neblina ou buracos na pista como causas determinantes. O impacto foi tão violento que matou instantaneamente todos os ocupantes do carro.
As vítimas foram:
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Nildon Eugênio Berlanda, 47 anos (motorista da saúde municipal)
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Reginalda dos Santos Abreu, 36 anos (paciente)
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Luzia Maria dos Santos, 36 anos (acompanhante)
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Valentina Maria dos Santos, 5 meses (filha de Luzia)
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Lucilene Dias dos Santos, 52 anos (paciente)
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Ana Célia Pereira, 31 anos (acompanhante)
O MPTO denunciou Jefferson por seis homicídios culposos na direção de veículo automotor, previstos no artigo 302 do Código de Trânsito Brasileiro, e pediu indenização mínima de R$ 300 mil às famílias. O juiz negou a possibilidade de acordo de não persecução penal, já que o réu possui condenação criminal anterior.
Para Henrique Berlanda, advogado e filho do motorista da ambulância, a decisão representa um passo importante para esclarecer a responsabilidade:
“Durante muito tempo circularam dúvidas sobre quem teria causado o acidente. Hoje está claro que meu pai não teve nenhuma culpa. Ele morreu cumprindo seu dever de transportar pacientes com segurança. A responsabilidade pelo que ocorreu foi unicamente do condutor do caminhão.”
Outro processo, movido contra a empresa proprietária do veículo, também pede indenização e reparação de danos. O caso segue em tramitação na Comarca de Goiatins.
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