Notícias do Tocantins – Às vésperas do novo ciclo agrícola 2025/2026, os produtores de soja e milho do Tocantins se preparam para uma safra que exigirá não apenas técnica, mas também estratégia. O Estado, que desponta como o maior produtor de grãos da região Norte e o segundo da região Norte-Nordeste, atrás apenas da Bahia, enfrenta uma combinação de fatores que colocam em xeque a rentabilidade das lavouras: custos de produção elevados, gargalos logísticos e margens de lucro cada vez mais estreitas.
O planejamento pré-plantio no Tocantins vai muito além da compra de sementes. Exige precisão na escolha de insumos, adoção de tecnologias de ponta e práticas de manejo adaptadas às condições de solo e clima locais. Para muitos produtores, cada decisão pode significar a diferença entre fechar a safra no azul ou no vermelho.
“O ciclo 2025/2026 demandará decisões assertivas em todas as etapas”, alerta Thiago Facco, vice-presidente da Aprosoja Tocantins e produtor rural. “Com o custo de produção elevado, precisamos ser estratégicos tanto na comercialização quanto na aplicação de insumos, especialmente fertilizantes, que continuam caros. A agricultura de precisão, por exemplo, permite usar o produto apenas onde é necessário e aproveitar a chamada ‘poupança do solo’ nas áreas que já acumulam nutrientes”, explica.
Apesar de estar no mesmo patamar tecnológico de estados consolidados como Mato Grosso e Goiás, o Tocantins enfrenta desvantagens estruturais. O fluxo de caixa é mais apertado e o escoamento da produção encarece devido à logística limitada. “É fundamental extrair o máximo das tecnologias disponíveis e conduzir os tratos culturais de forma eficiente para garantir rentabilidade, mesmo em um cenário de margens reduzidas”, reforça Facco.
Além da gestão de custos, a sustentabilidade tem sido uma prioridade crescente. A Aprosoja Tocantins atua para incentivar práticas como o incremento de matéria orgânica no solo, a prevenção de queimadas e a redução no uso de defensivos químicos. A meta é equilibrar produtividade com conservação ambiental, assegurando que a agricultura do Estado continue viável e competitiva no longo prazo.
No campo técnico, a atenção às regras fitossanitárias é determinante para o sucesso da safra. O engenheiro agrônomo e inspetor da ADAPEC, Cleovan Barbosa, lembra que a janela oficial de plantio da soja no Tocantins vai de 1º de outubro a 15 de janeiro e que cada área só pode ser cultivada uma vez por ciclo. “O cadastro anual da lavoura é obrigatório e deve ser feito nos escritórios da ADAPEC. Agora é o momento de garantir insumos, revisar o maquinário e estar pronto para iniciar o plantio no prazo correto”, ressalta.
Barbosa reforça ainda que o futuro da agricultura tocantinense depende da inovação. “O Tocantins é hoje referência no Norte e precisa continuar avançando. Incorporar tecnologias que aumentem a eficiência e preservem o patrimônio fitossanitário é o caminho para mantermos nossa posição de destaque no cenário nacional”, conclui.
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