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Setor cultural emprega cerca de 25 mil pessoas no Tocantins, quase metade apenas em Palmas

Setor cultural emprega cerca de 25 mil pessoas no Tocantins, quase metade apenas em Palmas

O setor cultural tocantinenses ocupava cerca de 25 mil pessoas em 2022, representando 3,5% da população que estava inserida no mercado de trabalho no estado. Em relação a 2021, quando o setor empregava 18 mil pessoas, ou 2,8% do total, houve incremento de 38,8%. Os dados fazem parte do Sistema de Informações e Indicadores Culturais (SIIC) 2011-2022 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta sexta-feira, 1 º de dezembro.

Quase metade dos trabalhadores do setor cultural do Tocantins se concentram na Capital. A pesquisa registrou mais de 11 mil pessoas ocupadas na cultura em Palmas, em 2022. Isso representa 44% do total de trabalhadores do setor no Estado e 6,3% do total da população ocupada em todas as atividades, no município.

Com o impacto da pandemia nas atividades culturais, o número de postos de trabalho da área caiu, chegando a 16,7 mil em 2020 e 18 mil em 2021, no Tocantins. Foi 2020 o ano em que o setor chegou à menor participação da série histórica na ocupação total do mercado de trabalho (2,7%). Em 2022, com 3,5%, voltou a um patamar próximo a 2018 na participação (3,9%). Tanto em 2018 quanto em 2022 havia cerca de 25 mil pessoas trabalhando no setor. De 2014, ano em que a cultura empregava 17,6 mil tocantinenses, para 2022 a alta foi de 39,7%.

O nível de instrução dos trabalhadores das atividades culturais era maior que o do total de ocupados. Em 2022, 20,6% dos trabalhadores do Tocantins tinham superior completo, enquanto no setor cultural esse número foi de 30,8%. Profissionais com médio completo ou superior incompleto eram 45,8% na cultura e 43,5% em todos os setores. Já a proporção de pretos e pardos entre os trabalhadores das atividades culturais (67,9%) era inferior à proporção deles na população ocupada do estado(77,6%).

A participação das mulheres no segmento, segundo o estudo, era menor que o dos homens. Elas representavam 43,1% do total de ocupadose eles 56,9%.Em 2022, a proporção de trabalhadores informais no setor cultural era de 39,3%, enquanto na população ocupada do Tocantins ela era de 53,3%.

O rendimento médio habitual dos trabalhadores tocantinenses da cultura em 2022 era R$ 2.685, com alta de 56,4% frente a 2021 (R$ 1.716).Esse valor está acima da média dos rendimentos da população ocupada do Tocantins no ano passado (R$ 2.364). No setor cultural, a diferença salarial entre homens e mulheres foi de 48%, já que elas receberam, em média, R$ 1.759, e eles, R$ 3.377.

Empresas do setor

Segundo o Cadastro Central de Empresas do IBGE (que abrange apenas o setor formal) no Tocantins, a cultura era responsável por 4,8% do total de unidades locais das empresas, em 2021. Analisando o cenário nacional, a Unidade da Federação com maior participação era o Distrito Federal, onde 8,4% das unidades locais eram do setor cultural.

O Rio de Janeiro (8,2%), São Paulo (7,9%), Roraima e Amazonas (6,4%) vinham a seguir. As menores participações foram do Amapá (4,5%), Pará (4,6%), Piauí (4,7%) eAcre e Tocantins ficaram empatadas com 4,8%. A média Brasil foi de 6,6%.

De acordo com a Sistema de Informações e Indicadores Culturais, em uma década, o número de empresas do setor cultural no Tocantins cresceu 12,2%, passando de 1.508 em 2011 para 1.692, em 2021. Já em Palmas, o quantitativo de unidades locais das empresas do segmento saiu de 587 para 742, o que equivale a um aumento de 26,4%.

Acesso a cultura

Para entender o acesso potencial aos equipamentos culturais e meios de comunicação, os pesquisadores cruzaram os dados da Pesquisa de Informações Básicas Municipais (Munic) de 2021 e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua(PNAD Contínua). Assim foi possível verificar quanto da população vivia em municípios com e sem museu, teatros ou sala de espetáculo, cinema e rádio AM ou FM local.

Em 2021, 61,8% da população tocantinense vivia em municípios com rádio AM ou FM local, o maior acesso potencial entre os equipamentos, seguido por 39,3% da população em municípios com teatro ou sala de espetáculo, e 38% com cinemas. Os museus estavam concentrados em municípios onde viviam apenas 36% da população do estado.

Gastos com cultura

O estudo também abordou os gastos governamentais, das três esferas, com a cultura entre 2012 e 2022. No Tocantins, nesse período, as despesas públicas estaduais no setor cultural cresceram cerca de 188%, passando de R$ 13,4 milhões para R$ 38,6 milhões.

Na esfera municipal, houve aumento expressivo de gastos de 326% no período. Os governos municipais tocantinenses gastaram R$ 16,3 milhões em 2012 e R$ 69,5 milhões em 2022. De acordo com os pesquisadores, expansões recentes são explicadas pelos recursos das Leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc. No ano passado, houve o maior valor de gastos em cultura da série histórica no estado.

Sobre o estudo

O Sistema de Informações e Indicadores Culturais 2011-2022 chega à sua sexta edição. O projeto foi iniciado em 2004 com uma parceria entre o IBGE e o Ministério da Cultura e traz informações sobre a ocupação e o número de empresas nas atividades culturais, bem como o valor adicionado dessas atividades. Outros destaques são o Índice de Preços da Cultura (IPCult) e o acesso das famílias aos produtos e serviços culturais. Nesta edição, há dados sobre turismo de lazer e sobre equipamentos e políticas municipais de cultura, com detalhamentos por Grandes Regiões e, em alguns indicadores, por Unidades da Federação e Municípios.

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