Notícias do Tocantins – O prefeito de Axixá do Tocantins, Auri-Wulange (União Brasil), fez duras críticas ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) no fim de semana, após constatar o que classificou como um “serviço mal feito de tapa-buracos” na rodovia que corta o município. Em vídeos nas redes sociais, o gestor demonstrou profunda insatisfação e chegou a chamar o superintendente do DNIT no Tocantins de “moleque”.
A reclamação veio após a intensificação do tráfego de veículos pesados na via, usada como rota alternativa por causa da queda da ponte Juscelino Kubitschek, que liga Aguiarnópolis (TO) a Estreito (MA).
CRÍTICAS DO PREFEITO
Nas imagens divulgadas, Auri-Wulange percorre trechos da via e afirma que o asfalto aplicado apresenta nítida diferença de qualidade, comparando com outras áreas que receberam melhorias mais robustas. Ele questionou a suposta falta de padrão nas obras.
“Não vamos aceitar esse desrespeito com a população de Axixá. O município mais impactado pela queda da ponte JK não pode ser tratado com desprezo. Um serviço foi bem feito, o outro é um verdadeiro descaso. Dois municípios dentro de um só. Queremos saber o que está acontecendo”, disse o prefeito. Em outro momento, ele direcionou sua crítica ao superintendente do DNIT no estado: “Um moleque desse vir aqui tentar enganar meu povo, não aceito”.
ESCLARECIMENTO DO DNIT
Em resposta, o DNIT esclareceu que o serviço executado em Axixá faz parte de dois contratos distintos. O serviço de rotina de tapa-buracos criticado pelo prefeito faz parte do Contrato nº 412/2025, que prevê a conservação de 392,9 quilômetros da rodovia com um investimento total de R$ 41,5 milhões.
Já o trecho que recebeu intervenções mais robustas está incluído no Contrato Emergencial nº 163/2025, criado para a rota alternativa após o colapso da ponte JK. Este contrato prevê reforço estrutural e possível reconstrução do pavimento em 82,2 quilômetros, com um investimento de R$ 80,1 milhões.
Apesar da justificativa, o prefeito relembrou os impactos trágicos da queda da ponte, mencionando mortes e o atropelamento de uma mulher e uma criança na cidade.
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AÇÃO POLÍTICA E SOLUÇÃO PROPOSTA
Diante do impasse, o prefeito anunciou que buscará apoio de parlamentares federais e acionará o Ministério dos Transportes. “Vamos até Brasília com os nossos senadores para entender o alcance real desse contrato e exigir respeito. O povo da minha cidade não merece isso”, declarou.
O DNIT, por sua vez, informou que equipes técnicas já foram mobilizadas para realizar estudos de viabilidade no segmento urbano criticado. A expectativa da autarquia é que, no prazo de até 10 dias, uma solução técnica esteja definida, permitindo o início de novas obras de recuperação.
“PESSOAS PERDERAM A VIDA”
Em tom mais emocional, o gestor relembrou os impactos da queda da ponte, com consequências trágicas. “Pessoas morreram. Uma mulher e uma criança de colo foram atropeladas recentemente por um caminhão. O mínimo que exigimos é dignidade e segurança”, enfatizou.
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Nota do Dnit na íntegra:
“O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) esclarece que o contrato nº 412/2025, relacionado à Travessia Urbana de Axixá, na TO-020, localizada entre o entroncamento com a TO-134 e a saída para Augustinópolis, firmado após processo licitatório, prevê a execução de serviços de conservação rotineira, preventiva e corretiva em 392,9 quilômetros da rodovia, com investimento total de R$ 41,5 milhões.
Em contraste, o contrato emergencial 163/2025, que prioriza uma rota alternativa devido ao colapso da Ponte JK, prevê intervenções técnicas mais robustas, incluindo reforço e possível reconstrução do pavimento. Esse contrato tem um valor de R$ 80,1 milhões para uma extensão de 82,2 quilômetros.
O DNIT informa que equipes técnicas já foram mobilizadas para realizar estudos de viabilidade e definir as soluções de engenharia mais adequadas para a recuperação do segmento urbano em questão. A autarquia informa que esses estudos levarão em consideração o atual grau de degradação do pavimento e os recursos disponíveis. A expectativa é de que, no prazo de até 10 dias, a solução técnica esteja completamente definida, possibilitando o início das obras de recuperação.”