Notícias do Tocantins – O grupo político ligado ao governador afastado Wanderlei Barbosa (Republicanos) segue na expectativa de que alguma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) possa viabilizar seu retorno ao comando do Palácio do Araguaia. O habeas corpus já está concluso para decisão do ministro Edson Fachin.
Prefeitos, aliados e correligionários dizem aguardar um desfecho nos próximos dias, enquanto Wanderlei mantém uma postura de silêncio sobre o processo, limitando-se a agradecer o apoio recebido nas redes sociais e compartilhar postagens de aliados que exaltam sua gestão. Em vídeos recentes, o governador afastado afirmou estar “esperançoso” quanto a um possível retorno.
A expectativa, no entanto, foi abalada com o parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR) contrário ao habeas corpus impetrado pela defesa de Wanderlei. O documento, assinado pela subprocuradora-geral Maria Caetano Cintra Santos, defende a legalidade e a fundamentação do afastamento determinado pelo ministro do Superior Tribunal de Justiça Mauro Campbell, no contexto da Operação Fames-19, que investiga desvio de recursos destinados à compra de cestas básicas durante a pandemia de Covid-19.
A PGR argumenta que o afastamento é justificado por indícios de que as irregularidades não cessaram. O relatório citado aponta que o governador teria transformado o governo em um “verdadeiro balcão de negócios”, exigindo altas “taxas de retorno” em contratos e utilizando recursos desviados para fins pessoais, inclusive em empreendimentos ligados a seus filhos. O parecer reforça a necessidade de manutenção da medida cautelar de afastamento.
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Além disso, a subprocuradora-geral diz que a decisão do STJ está fundamentada em elementos probatórios consistentes e que não é possível debater fatos e provas por meio de habeas corpus.
Politicamente, o parecer da PGR representa um balde de água fria nas expectativas do grupo de Wanderlei, que aguardava sinalização favorável do STF. Apesar disso, o governador afastado continua mobilizando sua base, reforçando nas redes sociais a narrativa de resistência e esperança, enquanto a decisão final sobre o recurso ainda não foi tomada.
O caso segue em atenção por prefeitos aliados e setores políticos do Tocantins, já que a definição judicial pode impactar não apenas o comando do Executivo estadual, mas também a reorganização da base política e alianças regionais nos próximos meses.
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